segunda-feira, 26 de maio de 2008

Limpo a casa.
Poeira
nos móveis, nas caixas, em mim.
Limpo
a alma.
Tiro o pó de livros que nunca li,
de troféus que não ganhei,
de fotos que era eu.



Postado em ˙·• L-nise •·˙ por Elenise Penha
Publicado na Revista Trimera Casa de Letras n° 0.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

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Tudo é tangível,
até a tangente fuga do teu olhar.
E sabe da esquina
a vírgula que te espera.
- Sim, eu te levo em metáforas.


Tudo é redundante,
até o tempo que não tenho passado.
E dos suspiros
sabem as exclamações.
- Dê-me um trago de metonímia do teu universo.


Tudo está certo,
os erros nos seus lugares ao não ser posto.
E sabem do que falo
as surdas ruas que vago.
- Paremos então, sem linguagem também há conversa.


Postado em Entrebares salvos ou perdidos pela poesia por João Henrique.
Publicado na Revista Trimera Casa de Letras n° 0.
P

domingo, 11 de maio de 2008

Ao som de minhas alegorias ou detalhes de um incômodo

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Um susto que imprimiu espasmos de desejo.
Um jeito de quem se importa com cada detalhe surdo.
Uma fala para cada hora premeditada.
Um desenho manchado, destinado, absurdo.

Um sussurro. Um gemido.
Duas, suas, mãos. Meus ouvidos...
um encontro, um incômodo...



Postado em Alecrim e sufoco atmosférico por Laís Romero
Gosto de vê-la voar
assim sem asas mesmo
pulando de uma nuvem para outra

Gosto de vê-la voar
assim leve como sempre
caindo de um chão sujo para um céu limpo

Gosto de vê-la voar
assim sem asas mesmo
rodando o mundo nas páginas do meu bloco



Postado em Yellow por Danilo Medeiros
Publicado na Revista Trimera Casa de Letras n° 0.